Antes Tarde Do Que Nunca

Quinta feira passada, dia 14, foi o Dia da Poesia. No dia 15, mesmo sem saber, eu coloquei um poema meu aqui.
Mas hoje eu quero homenagear dois amigos meus, que escrevem poesias, colocando algo do que eles escrevem aqui.

Estrelas
(Carolina Medeiros)

Havia estrelas naquela manhã de sol
Estrelas translúcidas e brilhantes
Que deixavam as órbitas lentamente
Caindo uma de cada vez
Como em um pedido de clemência a dor

Estrelas desejavam a chuva
Para que desaparecessem entre os pingos
Fundindo sua luz com a da tempestade
Para que ninguém soubesse do sofrimento que ali existia

Os olhos desejavam estar perdidos na escuridão
Para despejar, escondidos, suas estrelas
Sem fazer barulho algum
Sem dar satisfações

Uma a uma as estrelas cairiam
Trazendo consigo muitos desejos
(secretos para que viessem a ser realizados)
Transformando seu rosto numa galáxia iluminada
De amor, de solidão, solidão, solidão...

Queria acreditar que aquelas estrelas trariam a paz de volta
Ou preencheriam o vazio do seu peito
Vazio
Vazio
Vazio que arde, queima, machuca
Queria acreditar porque não sabe mais o que fazer
Já que sua única salvação
Não o pertence e nem virá a pertencer

À DISTÂNCIA
(Rodrigo Lopes)

Talvez um dia voltemos a nos encontrar
Quem sabe um momento que possamos nos lembrar
Talvez aquele olhar para mim dizendo que não é o fim
E mostrar o porque disso tudo ter acontecido
Através dos doces momentos que existiram eu poderia acreditar.

Quando eu for embora e não olhar mais para trás
O que farás? Esquecerás de mim ou tomarás uma atitude?
Eu não sei mais o que dizer pra tentar mudar isso
Numa manhã de Sol inerte fico pensando no que devo fazer.

Traga de volta tudo aquilo que um dia sonhaste por mim
O dia azul e as cores tão bonitas quando lhe via caminhar
Meus olhos nunca mais viram coisa tão bela
Apenas o inverno com sua neve caminha por meus pensamentos agora.

Venha até a mim, não vá embora assim
Porque fizeste isso comigo? Pra que brigas sem motivos?
Será que essa mágoa nunca sairá de meu coração?
Tanta perda em vão, será assim até o momento de nossa separação?

A cada dia afastas de todo o meu querer
Mesmo que não pareça isso, mas é o que acontece
Não percebes a distância que encontra-se vossa companhia
A cada canção triste vejo a noite morrer por você
E o dia nada faz a não ser entediar os que amam
Viver para quê, se o motivo que sobrara por aqui eu não consigo manter.


06/January/2002.