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terça-feira, outubro 05, 2004

Dos desejos...e...

Foi bem ali. Naquele momento em que fixei os olhos no solo e os paralele...paralelepípedos começaram a girar. Mirei a palma das mãos e uma certa cor leitosa quase encandeou a vista...que vozes eram aquelas, meu deus? Os desejos reclamando evasão? Das fronteiras de um corpo ruindo...fissurando a cada passo.

E eu nem respiro mais quando penso em você. Só suspiro. E olho em volta enquanto um mundo se descola...e pondero se algum dia estive nele. É sempre igual e todo mundo pensa o mesmo. Que besteira...

É viver o que todo mundo vive...e sentir o que todo mundo sente...e escrever do mesmo jeito. Que bobagem. Meu amor ficou como louça branca em feira livre. Frágil e barato. Qualquer um que passar leva. Você quer?

De amor pela metade já basta o que eu sinto por mim mesma. Se ele não te serve, eu jogo fora. Ou dou a alguém. Quem quer? Eu não quero mais. Esse cheiro de dias passados...de bolor na boca...de mancha de sangue amarelada na camisa.

Não me sirvo mais de desejo requentado. Quero tudo novo. Translúcido como a cor que adquiri de tanto me gastar.

**P.S - Para Luana, que leu primeiro, escolheu o título e comentou que se identificava com os delírios da personagem.
**P.S 2 - Essa história surgiu de uma crise de anemia, excesso de trabalho, vertigem e nenhum álcool.