Eu não te escrevo
Eu te vivo
E viva nós!
Por escrito
pra ana*
folheando páginas
de autores em comum
descobrimos uma
uma amizade
antes
apenas suspeitada
como a velha flor
imprensada
que espera ser
(re)descoberta
- faz-se a luz
com a abertura
do volume -
andamos sobre
as entrelinhas
das pedras
do calçamento
em busca dos
livros escondidos
no centro da cidade
mesmo sem deixar
pegadas visíveis
aqueles caminhos
ficaram marcados
pela tinta
da escrita
de um capítulo
da nossa história
inventada
na criação
de um espaço
tão público
mas muito
particular:
quando barulhos
e conversas paralelas
se calam
só para
nos deixar falar:
leitura em voz
alta
que um faz do outro
lendo a si mesmo
em cada
palavra
* A ana sou eu.
** O poeta é amigo Con.
Eu agradeço imensamente pelas palavras, pelo carinho e pelas doces lembranças que o teu alfabeto entrelaçado em versos despertou aqui nesse pedacinho de mundo!
*** O poema que deu o título deste post é de Cacaso e está na página 55 do livro Lero-Lero.