Bordando novos rumos...
Eu preciso confessar que determinadas mudanças na minha família causam rebuliços na minha cabeça durante bastante tempo.
A primeira delas foi quando os meus pais se separaram, em 1994, eu passei anos para me acostumar com a situação de chegar em casa da escola e não vê-lo na hora no almoço, nem no jantar e tampouco receber um cheiro na testa na hora de dormir. Foi uma coisa bastante esquisita e, hoje, quando eu penso nisso, não posso deixar de ficar com os olhos lacrimejados e a voz meio confusa.
No ano passado, a minha irmã do meio deu um passo novo na vida. Arrumou as malas e foi morar com a nossa avó. Meses depois, ela arrumou um namorado e daqui a uma semana o meu primeiro sobrinho vai nascer. O nome escolhido para batizar o gurizinho é Arthur. Todos estamos muito felizes.
Contudo, eu preciso confessar que quando soube da gravidez eu tive a segunda sensação de "mudança". Minha irmã estaria começando uma nova vida, com marido, filho, obrigações diferenciadas e tudo isso trouxe alterações na nossa rotina, é claro! Não a vejo mais com tanta frequência e, de vez em quando, sinto muita saudade das coisas que fazíamos juntas.
Ontem, eu recebi a notícia de que a minha irmã mais nova passou na prova de títulos do concurso que estava selecionando professores para a rede estadual de Alagoas. Ela foi chamada para ensinar língua inglesa e está organizando a documentação necessária para tomar posse. Aqui em casa as movimentações em torno da mudança dela para Maceió estão em andamento. Meus pais estão eufóricos.
Eu fiquei extremamente feliz pela contratação dela. Era algo que ela esperava com muita ansiedade e que nos aliviou bastante. Acredito que minha mãe deve ir com ela para Alagoas, afinal de contas toda a família materna mora naquele Estado. Então, diante deste quadro, eu fiquei pensando na minha vida.
As coisas definitivamente mudaram. Em um ano eu me formo e não tenho mais aquela sensação de "vou sair de casa" porque todo mundo está saindo antes de mim (risos!). Fico pensando que rumo eu quero seguir e, principalmente, o que farei para estruturar essa nova fase que está iniciando. As idéias ainda não estão muito claras...mas espero não demorar em demasia para pintar um quadro de como eu queria que fosse a minha vida daqui em diante.
Enquanto isso, o cheiro de perfume de bebê corre pela casa, nas coisinhas que Arthur vai herdar. Pelo tamanho da barriga da minha irmã vai ser um garotão. Que ele chegue bem e possa curtir a família até o dia em que as coisas se desagregarão de novo para formar novos núcleos, como tem sido desde sempre.
Deixo um abraço grande para a Amiga Anônima que, neste momento, deve entender bem o que significa sair para recomeçar. Parabéns, querida!