...vou pedir a Deus...paciência...
Eu estava desde ontem pensando que eu tenho muitas coisas para escrever aqui. No entanto, sempre que começava a delinear as linhas, concluía que o assunto abordado não renderia o suficiente para ocupar uma postagem do blog. Então, como não conseguia elaborar idéias para o meu próprio espaço, decidi ler os blogs da lista que aqui se encontra e eis que me deparo com um texto mais antigo na página da Anônima que foi direto ao ponto.
De repente, eu tive a noção exata de que desde meados do ano passado eu comecei a desistir das coisas. Primeiro, não consegui terminar as resenhas que me propus a fazer para a página do Jairo. Depois, deixei de escrever textos para a Vacatussa. Em seguida, fui colaborando cada vez menos com o Rabisco – a ponto de um amigo muito amado me perguntar se a minha coluna ainda existia. Para piorar neguei dois convites para escrever em mais uma revista de cultura virtual e um projeto literário. Por fim, sofria até para fazer as reportagens da faculdade.
O motivo? Por alguma razão não identificada comecei a achar que tudo o que eu produzia não era suficientemente bom para ser publicado. Acreditava que o que eu expressava nos meus textos não era importante e por isso eu deveria ficar quieta, no meu canto, apenas cumprindo as tarefas necessárias para ter um bom coeficiente de rendimento na universidade, e conseguir me graduar dentro dos quatro anos exigidos para se obter um diploma em Comunicação Social - Jornalismo. O resto eu não queria fazer.
Deduzi, em algum momento da caminhada, que preferia ler textos dos outros a colocar no papel os universos que se constroem em minha mente. Para isso, trabalhava e, com o retorno financeiro, comprava os livros que gostaria que me acompanhassem durante as viagens de ônibus, no trajeto semanal casa-estágio-faculdade-dança-palestra-seminário-oficina-rádio-casa. O grande detalhe é que este mesmo “algo” que me fez acreditar na minha impotência literária – expandindo o termo para a atividade escrita em qualquer estilo – também conseguiu me fazer sentir cansada o suficiente para ler apenas vinte por centro do que adquiri.
O resultado não poderia ser mais previsível: agora que consegui reverter uma parte significativa do meu surto, não posso escrever sobre as obras porque elas ainda estão na fila de leitura. Esperam que as minhas atividades curriculares baixem um pouco a guarda e eu consiga trocar as técnicas jornalísticas por mais vivência. É que não vejo sentido em saber como formatar um texto sem ter conteúdo para inserir nele. Além disso, eu assumo a minha mania de perfeição e confesso que não consigo considerar um texto pronto até fechar todas as lacunas do que eu gostaria de dizer.
Foi pensando nisso que percebi que o que me faltava era paciência para investir em mim mesma. Esboçava matérias, reportagens, possíveis crônicas e pequenas histórias e elas ficavam pelo caminho. É como disse a Marcelo uma madrugada dessas: existem pedaços de frases espalhados pelo cosmo dos meus caderninhos. No entanto, tudo o que fiz se resume a coletar estes fragmentos. O resto não fluiu.
Neste momento, eu me vejo mais uma vez neste processo de recomeço. Acredito que a única meta é ser paciente. É apostar em projetos para longo prazo. Evitar abortar os sentimentos porque eles podem não render até a semana seguinte. Respirar. Meditar muito forte sempre que bater aquela vontade de antecipar as coisas. Não ficar presa no tempo. Aprender a olhar para os lados. Principalmente, se quem estiver for o dono de uns olhos cor – de – mel e de uma das bocas mais bonitas que eu vi na vida. Como diz a amiga Compasso: faz parte...
OBS - As fotos deste post são destes sites aqui:
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