Eu recebi esse texto uns quinze dias atrás (Valeu Wilza).
É um texto de certa forma interessante por que ele define muito do que eu penso sobre afinidade, sobre a relação com as pessoas, em si. A afinidade pode acontecer com pessoas que convivem conosco ou não. Eu tenho amigos com quem eu converso por carta e emails (alguns, há quase 10 anos), com quem eu tenho uma afinidade muito grande. A distância, ou o tempo que passamos longe não é indicativo da perda da amizade ou da afinidade. Parece que conseguimos ter uma relação de "essência" com essas pessoas. Soa estranho, mas foi a melhor forma que eu encontrei pra definir o meu pensamento.
O texto vai abaixo. E eu espero que vocês já tenham vivido algo similar. É uma experiência ímpar, pode acreditar.
SENSÍVEL É A AFINIDADE
A afinidade não é o mais importante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. O mais independente. Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, a conversa, o afeto, no exato ponto em que foi interrompido. Afinidade é não haver tempo mediando a Vida. É uma vitória do adivinhado sobre o real. Do subjetivo sobre o objetivo. Do permanente sobre o passageiro. Do básico sobre o superficial.
Ter afinidade é muito raro. Mas quando existe não é preciso de códigos verbais para se manifestar! Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas. O que você tem dificuldade de explicar a um não afim, sai simples e claro diante de alguém em afinidade. Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavra. É receber o que vem do outro com aceitação antes do entendimento. Afinidade é sentir com. Nem sentir contra, nem sentir para, nem sentir por. Quanta gente ama loucamente mas sente contra o ser amado. Sentir não é como ter necessidade de explicar o que está sentindo é olhar e perceber. É mais calar do que falar. Compreender sem ocupar o lugar do outro.
Quem aceita para poder questionar, não nega ao outro a possibilidade de ser o que é da maneira que é. Isso é afinidade. Pode existir com ou sem o amor. Independente dele. A quilômetros de distância. Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças. É retomar a relação do ponto em que parou, sem lamentar o tempo de separação. Porque tempo e separação nunca existiram. Foram apenas as oportunidades dadas pela vida, para que a maturação comum pudesse se dar. Sensível é a afinidade.