Gosto desse poema da Cecília. Mas não sabia o nome dele. Li a primeira vez na escola, quando era pequena e nunca mais me esqueci da frase "Tenho fases como a lua; fases de andar escondida, fases de vir para a rua". Ele me causa a sensação de que a vida alterna nesses ciclos: de receber estímulos do mundo (nas nossas leituras, nas conversas com as pessoas, nas experiências, enfim) e de depurar os estímulos recebidos (quando entramos naquela fase de "fechar pra balanço" e analisar tudo o que nos aconteceu para poder seguir em frente).
O poema inteiro vai abaixo, ele estava no site Palavras ao Vento
Lua Adversa
Tenho fases, como a lua.
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e que vem,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
Cecília Meireles