Esse blog foi criado com o intuito de dividir com as pessoas as minhas idéias sobre as coisas. Apareça sempre para bater um papo.
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domingo, março 17, 2002
O dia em que a melhor companhia é a virtual.
Engraçado esse mundo virtual. Acontece muita coisa desagradável, mas em compensação quando acontece algo legal nesse ambiente sem rosto, é formidável.
Até uns cinco anos atrás eu só tinha o costume de lidar com pessoas que eu não conhecia, via “cartas normais”, que um amigo meu da França chamava de “snail mail”. Até que, por motivos de desenvolvimento da língua inglesa, eu fui apresentada ao mundo virtual, pela minha então professora de inglês, Karen.
Sabendo que eu sempre fui louca para ter amigos em outros países, ela me mostrou um site de uma renomada escola de inglês internacional, onde eu encontrei algumas pessoas, que hoje têm uma importância enorme na minha vida.
A partir desse contato, eu fui expandindo os meus horizontes virtuais e conhecendo pessoas através de outros meios, como listas de discussão, e sendo, algumas vezes, apresentada a pessoas que tornaram – se amigos(as), através de outros amigos virtuais.
E eu fico, de certa forma, impressionada como um meio como a internet, que é aparentemente frio, por não proporcionar um contato físico entre as pessoas, faz com que nós tenhamos interação com gente que mesmo morando longe, e quase sem nenhuma possibilidade de contato real, nos tráz momentos tão singelos de felicidade.
Hoje eu perdi uma festa por que não tinha companhia e fiquei aqui respondendo meus emails e escutando o Under Rug Swept, da Alanis. Estava me sentindo só, é lógico; mas aos poucos eu fui recebendo sinais de que eu não estava tão só assim.
Recebi um email de uma pessoa, que eu não esperava que me escrevesse em um sábado à noite, por motivos pessoais. E eu me senti imensamente feliz de saber, que mesmo longe, a gente se sintoniza. Eu estou até agora emocionadinha com as duas linhas super meigas do email que eu recebi e por saber que ele lembra de mim, de vez em quando.
Também pude conversar com dois grandes amigos meus, um deles mora na Itália agora, e a gente não conversava há muito tempo, pois ele estava no serviço militar interno há quase um ano. O outro mora aqui em Recife mesmo, mas a gente se vê pouco, mas ele é daquelas pessoas que eu posso contar pra o que eu precisar. Foi ímpar.
E tem outro amigo meu, que mora em São Paulo, que a gente discute mais do que conversa (é até engraçado), mas que eu me sinto super bem de saber que ele está sempre por perto mesmo que seja pra me dizer “estava aí e nem disse oi né?”, quando depois de uma década eu abro a janelinha do ICQ pra saber quem estava on line e vou dar um alô pra ele.
São coisas desse tipo que fazem a gente pensar que o mundo realmente vale a pena, como diz um grande amigo que eu conheci pela net e que mais tarde veio morar na mesma cidade que eu e até hoje a gente se dá hiper bem, mesmo ele estando longe de novo.
E depois a minha mãe vem dizer que não entende o que eu vejo de útil nesse computador...