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sábado, agosto 31, 2002

Eu, Meu grupo de estudos, Welles e Hermann

Algumas pessoas me questionam por que nunca mais dediquei umas linhas a este espaço. Eu também me faço o mesmo questionamento todos os dias. Não se trata de falta de assunto, de tempo, nem de vontade.

Talvez eu esteja esgotando a minha capacidade criativa, ou ache que o que eu escrevo não vai ser importante para ninguém. É meio esquisita esta sensação...Ou eu esteja passando por uma fase em que o que eu quero dizer não pode ficar impresso aqui, ou melhor, não deve. Pode causar sérios danos...



Mas recordo – me agora que um belo dia eu falei que havia abandonado o curso de engenharia para estudar comunicação. Pois é, há um mês eu sou estudante de um novo curso. E confesso que está sendo melhor do que eu esperava, não apenas por que finalmente eu me descobri no mundo profissional, ao contrário do que certas pessoas acham, mas também por que estou tendo a oportunidade de rever os meus conceitos sobre o curso.

Eu sempre achei que o curso de Jornalismo era “técnico”, e continuo mantendo a minha opinião a respeito. Só que “Jornalismo” é apenas uma das modalidades do curso de Comunicação Social, e eu descobri que esta pode ser uma aliada e tanto do jornalismo quando bem estudada. Teoria da Comunicação é o que há. É impressionante como quase ninguém se dedica a esta vertente do curso. É maravilhosa! Eu nunca tive tanto prazer de estudar algo na minha vida.



E é muito bom quando conseguimos fazer uma ligação entre algo que se gosta na teoria com aquilo que pretendemos executar na prática. É o caso do estudo que eu tenho feito com alguns amigos sobre Teorias da Comunicação e Jornalismo. A experiência tem sido ímpar. Eu nunca me senti tão feliz de passar 1 hora e meia dentro de um ônibus com um texto na mão, para ir às reuniões do grupo de estudos. Pense em algo produtivo! Pense em algo que você lê e diz “Isto faz sentido!”.

Estes dias nós tivemos a oportunidade de ler a respeito de um dos maiores acontecimentos do rádio no mundo. O Episódio de A Guerra dos Mundos, criado por Orson Welles (ele mesmo! Mr. Cidadão Kane) com trilha sonora de Bernard Hermann (Psicose, Cidadão Kane...), que de tão perfeito criou pânico em uma quantidade expressiva de americanos, na véspera do Dia das Bruxas, em 1938.



Eis o fato: Orson Welles tinha um programa radiofônico na CBS, onde costumava apresentar episódios baseados em histórias adaptadas de livros.
No programa escolhido para o feriado de Halloween, ele recriou junto com Hermann a obra A Guerra dos Mundos, de Herbeth George Wells.
A história tratava de uma invasão marciana à terra, e foi tão bem trabalhada pela dupla, que um a cada cinco cidadãos americanos, que estavam ouvindo o programa, acreditou ser verdade a invasão alienígena entrando em desespero. Welles, certamente, não esperava que o seu “ensaio radiofônico” se transformasse em catástrofe, mas foi isso que aconteceu.



Para quem quiser mais informações - http://www.igutenberg.org/guerra124.html.

O assunto é demasiadamente interessante, e guardadas as devidas proporções, referentes aos danos causados pela falta de informação de que o episódio era uma representação, o trabalho da dupla Orson Welles e Bernard Hermann foi simplesmente uma obra prima.

Imagens: El mundo de Mafalda - http://mafalda.dreamers.com/ e Institudo Gutenberg