Agora a pouco estava conversando com uma amiga (amiga mesmo!) pela internet e ela perguntou como foi meu Natal. Respondi que foi um dia como outro qualquer. Ela chocou – se um pouco e disse que sentia muito. Respondi que não era motivo para sentir muito, afinal de contas, o que se faz no Natal pode ser feito em qualquer época do ano. Acho que ela pensou que eu estava amarga, pois manifestou preocupação com relação ao meu estado. Disse – me que eu deveria ter cuidado para não ficar muito crítica, e por ventura acabar me tornando uma pessoa chata.
Não tiro a razão dela, porque na verdade não existe coisa pior do que você estar super empolgado com uma comemoração e ouvir de outra pessoa que aquilo é “normal”. Porém, atualmente tenho uma opinião completamente diferente com relação ao Natal. Não é porque sofri algum trauma ou coisa parecida, mas porque comecei a pensar e cheguei a conclusão que esta data é sustentada muito mais pela tradição e pelo fator comercial agregado a ela do que pelo que ela representa.
O Natal é uma festa cristã. Ela representa, para as pessoas que seguem as várias religiões cristãs, a comemoração do nascimento de Jesus Cristo. Logo, para alguém que não é Cristão, este período não deveria ser comemorado. Quem é que comemora as datas sagradas dos muçulmanos e judeus senão eles próprios? Ninguém. O Natal só é comemorado no mundo porque além da proposta de ter um dia de paz e comunhão trazido pelo cristianismo agregou – se a ele a idéia de trocar presentes e este ritual virou tradição.
Atualmente as pessoas nem se perguntam mais qual o significado desta festa, ou porque celebram – na todo ano. Em cem anos é bem provável que o sentido natalino real não seja nem lembrado por uma quantidade razoável de famílias. No entanto, elas continuaram comemorando a data, porque isto é feito todo o ano há dezenas de anos, em quase todo o mundo.
Para quem tiver curiosidade a respeito da tradição natalina, um bom livro é Mistério de Natal, de Jostein Gaarder. É uma estória ficcional, contada de forma simples, que para alguns pode até soar infantil. Mas Gaarder colocou dentro da trama uma boa carga histórica que faz com que o livro seja extremamente interessante. Ele une simplicidade e informação em uma trama que me deu prazer de ler, por isso estou indicando.