Fruto da rotina...
Hoje eu estava me perguntando porque quando as minhas aulas começam não consigo escrever para o blog. Embora eu goste e ache até que devo escrever sempre, não só pelas pessoas que lêem, mas também porque é uma boa forma de exercitar a escrita, não consigo ter idéias e histórias legais para contar quando estou em período de faculdade.
Uma das respostas que me pareceu mais palatável foi que por dedicar todo o meu tempo ao estudo eu acabo não interagindo com outros tipos de idéias e acontecimentos, e como ninguém ia gostar que eu ficasse aqui falando sobre Filosofia e Escola de Chigago – que é fantástico, por sinal! Teoria da Comunicação é muito bom! – então, eu acabo não postando nada. Isso é ruim porque fico com a sensação de estar esvaziando. Esvaziando...
O pior de tudo é que a rotina está me levando a um estado de insatisfação latente. Eu leio milhões de coisas e não lembro de nada. As informações estão a cada dia mais descartáveis e eu tenho menos tempo para aprofundar todos os assuntos que gostaria. Não consigo nem ler o jornal todo dia. Assinei o conteúdo do UOL e só tenho tempo de ler as manchetes.
Olho ao redor do meu quarto e vejo artigos, revistas assinadas, livros e textos recebidos esperando por uma chance na agenda. Mas tenho medo de ler e não lembrar, ou de ficar tão empolgada com a leitura que tenha vontade de parar de estudar para ficar lendo.
A vida anda tão corrida que dá vontade de puxar o freio de mão. Mas eu nem sei dirigir. Talvez este seja o problema, gastar de três a seis horas diárias dentro de ônibus faz mal a saúde física e mental do cidadão. Ainda mais se o coletivo tem sistema de som que fica tocando eguinha pocotó, amor de rapariga e outras coisas do gênero.
Uma belo dia saí da faculdade quebrada. Entro no ônibus e está tocando uma musiquinha destas. Tive vontade de chorar quando pensei que iria passar uma hora e meia dentro de um ônibus ouvindo estas coisas. Desci. Juro. E no ápice do cansaço me sentei em uma parada vazia e fiquei esperando deus sabe quanto tempo até passar outro ônibus. Pelo menos o motorista ouvia música clássica...quase dei um abraço nele.