Pesquisar este blog

quarta-feira, março 05, 2003

Comentários sobre coisas gerais...

Carnaval família e frevo que mexe com a alma...

Na segunda-feira acompanhei o pessoal a uma visita ao Bairro do Recife, onde aconteceu o carnaval mais família da região metropolitana. Na praça do marco zero era possível ver crianças brincando e correndo fantasiadas de mangueboys, harry potters, palhaços, caboclos de lança, pierrots, colombinas, bailarinas, super heróis, baianinhas e outras diversas opções.

Estes pequenos seres animavam a todos com confetes, serpentinas e sprays com espumas perfumadas que eles, gentilmente, esfregavam nas roupas dos visitantes antes de mostrar um sorriso maroto. Era necessário andar olhando para baixo para não correr o risco de atropelar alguns pequeninos que, dando os primeiros passos ainda, andavam pelo meio do público com os pais na cola e soltando risinhos para todos os lados. Umas fofuras!!!!

Mas o que deixou mesmo quem estava na frente do palco admirado foi um senhor que estava de muletas e tinha apenas uma das pernas. Quando começou a tocar frevo, ele, empolgado pelo ritmo, colocou as muletas para o alto e começou a pular com uma perna só. Foi uma das cenas mais belas que eu já vi na minha vida!!! A vivacidade que ele demonstrou e, principalmente, o fato dele não considerar a subtração de um de seus membros obstáculo para curtir a festa de carnaval, foi uma lição de vida para aqueles que estavam ali presentes.

Imagem Irreal

Engraçado, ao ver o pessoal falando em praia, lembrei-me que durante a Bienal da Une não eram raros os estudantes de outros estados que se envolviam em empreitadas para a praia de Boa Viagem e voltavam decepcionados. Também pudera, o pessoal chegava em Recife com a idéia de que a praia mais famosa da cidade ainda tinha qualquer relação com o esplendor mostrado nos postais e fotos promocionais distribuídas mundialmente.

Se eu disser que a praia é feia, estarei mentindo. Boa Viagem é bonita. Mas ao vivo não é tudo aquilo que se mostra nas belas imagens, que circulam dela pelo mundo, não. Estas refletem um passado, não muito longínquo, em que ainda era possível tomar banho sem ser importunado por sacos plásticos e outros lixinhos e, principalmente, sem vislumbrar a hipótese de ser atacado por um meigo tubarão ao se cruzar os corais que dão nome a capital pernambucana.

Eu sei que pode parecer que eu estou queimando um dos principais cartões de visita da cidade, mas é a realidade. Existem placas enormes proibindo a prática de surf por conta dos ataques. O motivo destes possuem tantas teorias que é melhor não enveredar por este lado. Mas encerrando o assunto, queria eu que boa viagem de perto fosse sempre assim...



Foto: www.metropolturismo.com.br