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quinta-feira, maio 08, 2003

Ana e seus mitos...

Engraçado, ontem eu estava a reclamar aos meus amigos de ônibus que a maioria das músicas cujo título ou personagem chamava-se Ana tratam de meninas cujo comportamento é meio esquisito. Anna, dos Beatles, fala sobre uma garota que chega para o namorado e diz que vai trocá-lo por outro que supostamente a ama mais. O namorado então, pede o anel de compromisso de volta, e a deixa livre. Ana´s Song, do Silverchair, fala de um amor doentio do garoto por uma Ana – Gabi me disse que a personagem Ana é na verdade uma metáfora da anorexia de Daniel Johns – a ponto dele dizer que a ama muito, que precisa dela de alguma forma, mas o primeiro verso da música pede que ela morra (pense que coisa!). Em Refrão de um bolero, Humberto Gessinger emite uns berros desesperados para uma Ana que o levaria até o extremo, mas nunca se envolveria de fato com ele (“seu olhar sempre distante sempre me engana”). E essas músicas sempre me deixaram encucada...

Ontem, no fim da noite, Marcelinho me mandou uma música do Roberto Carlos que eu conhecia - mas não lembrava – intitulada “Ana”. Na verdade, ela foi composta pela dupla Roberto & Erasmo. Fui logo ler a letra para saber o que a Ana aprontava desta vez. Bem, ela vai embora. O autor não diz o motivo da partida, mas ele parece guardar boas lembranças dela e até um certo desejo que ela volte. Então, eu concluí que, pelo menos, esta Ana foi uma pessoa amável durante o tempo em que eles estiveram juntos. Não que as Anas não sejam amáveis, legais ou coisas assim. Na minha família há Anas por todos os lados e elas são maravilhosas. Mas fiquei encucada com o fato das músicas com este nome serem sempre ligadas às musas que abandonam, causam dor ou deixam um rastro de tristeza. Ainda bem que a música da dupla brasileira mostra uma figura feminina mais legal. Por sinal, Marcelinho, fala pro Roberto Carlos que eu é quem estava morrendo de saudades dele...

Ana
(Roberto Carlos - Erasmo Carlos )

Todo o tempo que eu vivi
Procurando o meu caminho
Só cheguei a conclusão
que não vou achar sozinho
Ana, Ana, Ana
Ana, que saudade de você

Toda essa vida errada
Que eu vivo até agora
Começou naquele dia
quando você foi embora
Ana, Ana, Ana
Ana, que saudade de você

Ana eu me lembro com saudade
Do nosso tempo, nosso amor, nossa alegria
Agora eu só te vejo nos meus sonhos
E quando acordo minha vida é tão vazia
Ana, Ana, Ana
Ana, que saudade de você.