Este ano eu não esqueci. Hoje é dia 20 de Julho. Dia do amigo! Eu poderia baixar toda a minha estante atrás de uma mensagem para todos vocês, mas eu prefiro escrever uma. Acho que é mais sincero assim, dizendo o que a gente sente, mesmo que as palavras não sejam as mais poéticas.
Eu queria agradecer primeiramente a todas as pessoas que deram uma breve passada pela minha existência e me fizeram coisas desagradáveis (não vou citar nomes, ok?). Quero agradecer porque elas me prepararam para os dias que se seguiram e principalmente abriram a porta para que eu percebesse pessoas a quem eu, até então, não havia prestado atenção.
Bons amigos que eu tenho hoje vieram de experiências desastrosas que eu tive em determinados ambientes. Eu tive a sorte de para cada lágrima derramada ter dois ou mais lencinhos para enxugar. Fiz questão absoluta de preservar essas amizades, porque ao contrário de me dizerem “olhe aqui um lenço e tchau”, elas chegaram, conversaram, deram apoio, voltaram no dia seguinte, no outro e no outro. Acabaram ficando de vez.
Agora me deixem agradecer aos pacientes seres que são os meus amigos. Um dia eu disse que eu sou o tipo de pessoa que exige tolerância dos meus interlocutores. O fato é que eu penso quase tudo a longo prazo. Eu não sou imediatista, contradizendo a maré atual da humanidade, e cultivo tudo como se as coisas não acabassem. Isso pode ser ruim, porque se um dia acaba eu sou pega desprevenida, porém, acho que dessa maneira eu curto melhor cada experiência de amizade que eu tenho, e elas acabam sobrevivendo ao tempo e à distância.
Os meus amigos moram em diversos lugares do mundo. Eles são as criaturas mais lindas que se pode imaginar. Alguns eu falo diariamente, outros semanalmente, outros semestralmente, outros quando se pode, mas a amizade continua estabelecida, mesmo manifestando-se em diversos tipos de relação. E ainda tem o pessoal que a gente conhece pela Internet afora através dos blogs.
Tem gente que não acredita que isso pode ser levado à frente. Mas tudo é uma questão de vontade. O pessoal começa conversando via comentários, depois passa a trocar e-mails, telefonar e assim por diante. Se a amizade for comigo, certamente se inclui a etapa “cartas” aí no meio...ehehehe. Estou devendo carta para algumas pessoas, mas assim que eu sair dessa fase de amidalite aguda e recuperar minha força física, eu sento e escrevo.
Por último, queria agradecer a quem descobriu o sentir amizade. Foi uma das mais belas descobertas da humanidade. Hoje em dia ter um bom amigo é ter um diferencial em vida. Esses dias eu estava aqui sozinha e eu desejei abraçar muitas pessoas que eu adoro, senti falta de uma pessoa que mora no meu coração mas que no momento não está podendo conectar (se bem que eu recebi um e-mail rapidinho hoje), mas você lembra que elas estão longe mas estão perto, como diz a música da Rádio de Outono e como diz uma frase do Rubem Alves:
“A experiência da amizade parece ter suas raízes fora do tempo, na eternidade. Um amigo é alguém com quem estivemos desde sempre”.
