Adeus pequenina...
Ela seria Maria Clara. Não por causa da novela, mas porque seria desde sempre, se que aquela rejeição a possibilidade de ter um filho conseguisse ser transformada em amor e aceitação. E foi. Maria Clara nasceria daqui a um mês. Nasceria. Seu pequeno corpo em formação foi enterrado há dois dias depois que a mãe, em processo prematuro de parto, sofreu eclampsia e a menina não resistiu. Não consigo esquecer Maria Clara. Não consigo porque tive a nítida certeza de que ela nasceria quando me vi diante daquela barriga. Não consigo porque aquele que seria meu irmão mais velho morreu na barriga da minha mãe da mesma forma, há quase trinta anos. Eu não entendo como a medicina, que opera crianças em fase de formação e corrige alguns problemas detectados durante a gravidez ainda perde crianças para a eclampsia. Que tristeza! Mais triste ainda foi ver que o pai da criança não apareceu durante a gravidez e nem agora, após a perda, para saber como a mãe estava – e ela está mal. Isso me chateou sobremaneira. A única coisa que quero é que ela fique bem...e que Maria Clara possa vir ao mundo algum dia, de preferência, com outro pai.