Noite de teatro e minicontos em Recife II...
Eu prometi que voltava para contar como foi a noite de teatro e minicontos para quem não pode ir; e como promessa é dívida, aqui estou. Eu pensei que o evento começaria por volta das 20h, mas no sábado a peça é apresentada às 21h, então cheguei uma hora antes. No entanto, foi ótimo ter me antecipado porque Marcelino Freire chegou pouco depois e eu pude trocar umas palavras com ele e ganhar um abraço (que legal! adoro abraço! adoro abraçar as pessoas!).
Olhe, pense numa pessoa maravilhosa! Um dos meus editores do Capitu me disse que eu ia adorá-lo e foi totalmente verdade. Há muito tempo que não conhecia uma pessoa tão atenciosa e receptiva. Que legal, né? Amei mesmo, como o Marcelino mesmo disse, ontem foi uma noite especial!!! Encontrei pessoas magníficas que não via desde que deixei a oficina de literatura em repouso por alguns meses; e também conheci outras, que fazem parte do "círculo de amizades" (não gosto desse termo, parece coisa de grupinho) do meu pai, mas que foram igualmente doces comigo.
Agora, falando do espetáculo. Tudo começou no horário previsto, e o teatro lotou. Eu não conhecia o texto do Marcelino por completo e vê-lo representado causou-me uma sensação boa de ansiedade. O nome do livro, Angu de Sangue, indica uma idéia da temática abordada, mas em cena tudo ganha vida, os contos saltam aos olhos e quanto mais os atores se doam, mais extraem de nós, e o resultado é uma peça fortíssima, catártica, que me deixou pensando muito. Saí da sala de encenação em estado de graça e voltei o caminho todo refletindo sobre o que assisti.
Ah! sim, mas antes da volta, aconteceu o lançamento do livro de minicontos. Alguns dos autores pernambucanos que participaram do projeto estavam presentes e foi bom saber quem eram. Eu já vinha discutindo com Marcelino que o mapeamento dos poetas e escritores recifenses parece ter parado na chamada Geração 65, composta por Ariano Suassuna e seus contemporâneos. O que existe hoje são nomes que se destacam isoladamente, muitas vezes fora da capital; e nós ouvimos falar de gente que faz um bom trabalho e, quando vamos procurar informações, descobrimos que é alguém da mesma cidade, aqui, do ladinho.
Por isso, acho tão legal a iniciativa do pessoal do Paralelos. Eles conseguiram agregar pessoas que escrevem e são da mesma cidade. E isso não tem nada a ver com bairrismo ou qualquer atitude depreciativa similar; e sim que é bom descobrir quem faz arte com as palavras na cidade da gente, para poder chegar junto, trocar idéias e aprender um pouco. Acho que o aprendizado vale qualquer busca. Por isso foi tão bom acompanhar um pedacinho do lançamento do livro, ontem. Bom, era mais ou menos isso que eu queria dizer. Estou pensando em escrever resenhas sobre o espetáculo e sobre o livrinho; se isso acontecer, aviso assim que estiver publicado em alguma das revistas virtuais.