Sempre aos poucos...
Está tudo bem. Eu estou com saudades sim, e penso sempre, sim, em fazer algo melhor. Em respeitar mais esse espaço. Em cuidar mais desse meio que é meu e que é teu também. Sim, é teu. É teu porque você entra aqui, lê e opina quando tem vontade. Não é qualquer um que faz isso não é? Não é qualquer um que adentra nossa casa, ouve nossos lamentos, acompanha nossas felicidades e ainda pode comentar. Então, existe algo especial nessa relação e que eu sinto muito se não tenho demonstrado tanto valor assim. Há valor, porém. Muito valor. Se não houvesse, eu não estaria aqui conversando contigo sobre isso.
A verdade é que andei fazendo muita coisa. Todas elas eu queria te contar como foi no momento em que aconteceram. Não pude. O cansaço não deixava. No dia seguinte era sempre a mesma rotina e, ao fim de tudo, o tempo passou e eu nada disse a ti. Preciso dizer. Vamos fazer como aqueles velhos amigos de escola, que após um longo tempo se encontram e recuperam o tempo perdido, que tal? Vai ser uma boa trocar idéias sobre algumas experiências vividas ao longo desses meses.
Esse semestre foi bastante produtivo. Amadureci muito. Aprendi muito. Sofri muito, também. Amizade é uma coisa que direciona o foco da nossa vida de alguma forma; e quando nós sentimos que determinadas relações não continuam e que certos espaços foram fechados, é preciso sentar e pensar como vamos seguir. Há um bom tempo que penso em como vou seguir em um determinado ambiente e em outros meios penso em como acalmar os ânimos.
É que há outras amizades que tornam a existência da gente muito intensa, muito a flor da pele. Tudo aquilo que fica calado no peito de repente desabrocha e nos vemos contando coisas que não contaríamos a nós mesmos. Hoje me lembraram de Felipe, e lembrar dele é sempre um exemplo claro de como tudo precisa ser vivido de maneira límpida e intensa. No entanto, a intensidade não significa necessariamente descontrole. Algo pode ser intenso e sereno. Pode ser bem vivido em doses homeopáticas e ser profundo mesmo assim, não é?
Ao mesmo tempo em que tudo isso perto de mim muda, digo, relações que se mostram frágeis e outras que se revelam fortes, sinto uma falta enorme dos meus correspondentes. Nossa, como sinto falta de escrever cartas e de receber cartas e de poder dizer muita coisa que está presa aqui dentro. Gente que precisa saber o quanto é importante. Gente que precisa saber o quanto é amada, o quanto é lembrada, o quanto é desejada, o quanto faz falta de verdade, de verdade mesmo, daquelas faltas que dá vontade de chorar do vazio que fica. Saudade desse tempo disponível que está voltando, com a chegada das férias, e que pretende ser usado para fechar essas lacunas de amizade e amor.