Bom, vamos começar 2005. Antes tarde do que nunca. É clichê, mas é verdade. Deixem-me começar o primeiro post deste ano falando um pouco da cidade em que moro. Recife está muito quente. Os dias aqui andam oscilando entre aquela aparência paradisíaca de céu azul, sol e calor e aquele clima europeu de dia todo cinza – como hoje. O problema é que nos dias acinzentados faz tanto calor quanto nos ensolarados, com uma diferença: a umidade e as nuvens de chuva acabam servindo para aprisionar o calor, transformando tudo em uma estufa. Eu me sinto em uma sauna.

Pátio de São Pedro
Saindo do clima para cultura, está acontecendo na cidade o Janeiro de Grandes Espetáculos. Esse evento acontece há onze anos (eu já comentei aqui sobre a peça A inconveniência de ter coragem) e costuma disponibilizar para o público, durante todo o mês, apresentações de teatro e dança. Pela programação, tem espetáculo até o dia 30 de janeiro nos teatros: Santa Isabel, Parque, Hermilo Borba Filho e Armazém.
Eu fui para a abertura e o pessoal da Escambo Companhia de Criação trouxe o espetáculo Disso que chamam bom senso, baseado na obra de Rubem Fonseca. Eles construíram a peça em dois atos, a partir de dois contos do escritor. O primeiro foi baseado na narrativa de “Livre Arbítrio” e o segundo em “A Festa”, ambos do livro A Confraria dos Espadas, lançado pela Companhia das Letras.

Outra coisa boa que eu soube esses dias é o projeto A Fábrica, organizado pelo maestro Rafael Garcia e sua família, que promove o Virtuosi. Neste projeto novo, o pessoal selecionou trinta e quatro jovens, que são instrumentistas, para receber aulas e participar de atividades voltadas para orquestra. Entre os melhores alunos, dois foram selecionados para cursar pós-graduação na Universidade de Memphis.
O mais legal para o público é que o projeto não ficou restrito aos músicos. Estão acontecendo apresentações. As próximas serão na Academia Pernambucana de Letras (dia 21), Mosteiro de São Bento (dia 22) e Basílica do Carmo (dia 23), sempre no horário das 20h30. Vale salientar que o repertório é clássico e por isso vale muito a pena ir ver. Raramente nós temos algo assim na cidade. Eu quero ir e aproveitar para fazer matéria para o Rabisco.

Recife também anda sendo decorada para o carnaval. As estruturas de ferro andam se espalhando pela cidade. Daqui a pouco começam a desviar as rotas de ônibus, as paradas e tudo começa a dar sinais do caos que toma conta dessa cidade durante as três semanas em que o carnaval é comemorado por aqui. Já estou pensando para onde vou durante esse período. Nada contra a festa, mas é que eu prefiro algo mais sossegado que a agonia das ladeiras de Olinda – palavra de quem já brincou muito!.
A programação do festival Rec Beat começou a sair essa semana e muita gente anda se organizando. Para quem não sabe o que é o evento. Bom, Recife e Olinda quase sempre acabam divididas em pólos festivos. A Rua da Moeda, então, abriga um espaço para quem gosta de estilos musicais que não são próprios do carnaval – como rock, reggae etc.
Se bem que o Rec Beat tem recebido uma diversidade muito grande de grupos, independente do que eles tocam. Por exemplo, o Barbatuques, que é percussão corporal, tocou no festival. Eu acho que é uma boa oportunidade para conhecer coisas novas e diferentes. Uma colega minha, por exemplo, estava comemorando porque o Ludov vai tocar. Outro amigo estava achando legal poder ver show do Mombojó. Pelo visto, o evento este ano continua trazendo atrações para gostos diferentes. Que bom!!!
Fotos de frevo: Atlas Universal Interativo - Coleção Recreio - Ed. Abril
Fonte: http://www.terrabrasileira.net/folclore/regioes/5ritmos/frevo.html
Crédito da foto de Recife para este site: http://www.pousadapeter.com.br/indexfotos_recife.htm