Desde que soube da morte de Jean Charles de Menezes que estava querendo um tempinho para sentar e ler como os jornais ingleses estavam cobrindo o fato. Hoje, entrei no site do The Guardian e havia uma matéria feita após a coletiva de imprensa dada pela prima do rapaz, Vivien Figueiredo. A matéria diz que Jean Charles nem pulou a grade e nem estava usando um jaquetão suspeito, como afirmaram os policiais ingleses, no que eles chamaram de ação anti-terror - e que eu chamaria de crime. Um dos aspectos cruciais deste debate, e que tem sido refutado pelos representantes da polícia britânica, é: eles podem matar indiscrimandamente qualquer um que "pareça" terrorista?
O mais interessante é que o alvo principal são os estrangeiros. Eu fico pensando se estas organizações de "proteção" não cogitam a possibilidade de que alguns destes ataques tenham sido cometidos por (ou com ajuda de) conterrâneos simpáticos aos terroristas ou antipáticos ao sistema Bush-Blair de governar.
Além disso, é interessante observar que a dupla dinâmica e seus aliados estão, o tempo todo, tentando desvincular os ataques, e as atrocidades deles derivadas, das ações no Iraque e no Afeganistão. É uma maneira covarde de continuar tentando mandar no mundo, usando a vida de inocentes como moeda de troca.