...e retomo a porta aberta dos perigos...
Ultimamente tem sido assim: escrevo apenas quando estou doente. Quando meu corpo não me oferece outra opção a não ser este toque de dedos no teclado. Caso contrário, eu faço qualquer coisa que me deixe longe desta possibilidade de revelar segredos através da escrita. Quando não quero falar não escrevo. A minha conversa, no cotidiano, não é mais que diplomacia. Quando quero realmente dizer algo, escrevo. Não sei fazer de outra forma.
A questão é que hoje eu não quero expressar nada. Na verdade, ontem eu também não queria. Nem anteontem. Muito menos na semana passada. Que dizer daquele dia em que antecipei um eu que nem conseguiu ganhar forma? No ano passado, quando me calei, achei que iria durar menos tempo. Engano. A primavera chegou e eu continuo a dormir. Desta vez mais lúcida. E menos disposta. Saudades dos meus espaços insanos.