Fragmentos do recomeço...
Todo ano novo tem este processo de recomeço, como diz um poema do Mário Quintana, que eu citei em uma crônica antiga. Um trecho do poema dizia:
"Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia primeiro de cada mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas recomeça”
Pois, esse recomeçar foi o que me fez varrer os links do meu blog esta noite e constatar que mais de uma dezena de bons sites deixaram o mundo virtual. Retirar os endereços da lista ao lado foi a parte mais fácil do processo. Complicado mesmo foi tentar não pensar nos motivos que levaram muitas pessoas queridas a fecharem as portas.
Eu tenho sérios problemas para dizer adeus, eu confesso. E quando não encontro um dos meus endereços favoritos on line, fico com aquela sensação de saudade...de que devia ter lido mais...ou garantido um contato extra para não perder a pessoa de vista caso ela decidisse tirar o blog do ar.
Não sei se isso é um problema ou uma virtude, mas crio laços afetivos com as pessoas, mesmo que não sejam recíprocos. O que fazer?
Contudo, lendo o novo blog da Colombina – que deletou o Candongas Não Fazem Festa, para o meu completo desespero, pois eu adorava os textos postados ali – eu encontrei um novo diário virtual que gostei muito: Eu me arrependo do que escrevo, do Luiz Ribeiro, de Petrópolis.
Também adicionei o fotolog do Antonio Erivaldo. Ele é cobrador de ônibus, em São Paulo, e, entre uma passagem e outra, registra imagens do cotidiano da cidade e coloca em seu site com informações históricas. Eu gosto de ler porque mato a saudade dos meus amigos paulistanos e relembro alguns lugares que fizeram parte das minhas andanças pessoais pela terra da garoa.
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Eis que meu computador vai ser formatado. O ruim é que estou naquela agonia de salvar arquivos e fazer backup de dados. O bom é que vou, finalmente, me livrar do Windows e adotar uma vida nova com software livre, usando a turma do Linux. É, literalmente, uma nova época por aqui.
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A última edição da Revista Rabisco atrasou mais do que eu gostaria. Estou bastante angustiada. Espero que ela possa ir ao ar, no máximo, até amanhã. Tem muita coisa boa e queria muito que as pessoas pudessem ler logo. Além disso, como uma espécie de milagre de final de ano, eu resolvi voltar com a minha coluna. Minhas preces agora são para honrar os meus antigos e novos leitores com bons textos. Que júpiter me traga inspiração...
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É por essas e outras que acho que 2007 não será um ano de novos projetos, mas um ano para consertar o que andou desandando nos projetos antigos – inclusive os pessoais, aqueles que tratam de coisas que nem sempre eu posso falar aqui.
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Por fim, deixo aqui o poema da Alice Ruiz que abre a minha agenda de 2007.
Pode haver um dia
Em que a poesia
Mude de endereço
Deixe apenas tédio
Mas enquanto isso
Vem brincar comigo
Vamos até onde
Possa ser só riso
Possa ir tão longe
Possa ser tão lindo
Pode ser brinquedo
Pode ser tão sério