Enquanto não chega o momento...

O dia até estava ensolarado, e o vento colaborou bastante nesta cidade quente. Mas não deu vontade de fazer absolutamente nada. Por sinal há alguns dias que a vontade de fazer coisa alguma está presente. É triste sair de casa sem vontade e ficar na universidade a tarde inteira sentindo um desejo abrupto de voltar para casa, um desejo sufocante de ficar na cama, sem fazer nada, só ficar alí, só...somente.

Pode ser tristeza, mas pode ser também a necessidade de ficar só para decidir algumas coisas. Tem-se vários encontros durante a vida com outras pessoas, mas não se dedica tempo a um encontro com o “EU”, e este está chamando, ou pior, gritando, pedindo socorro, desesperadamente precisa de atenção. E ainda faltam duas semanas até as férias...

Serão dois meses de férias. Não dá nem pra acreditar!!! É bom demais pra ser verdade!!! Os livros da estante, as revistas, os jornais, todos esperam ansiosos para serem lidos; menos Harry Potter, que serve como literatura escapista e está sendo lido neste momento.

O Pequeno Príncipe está emprestado. Mas o livro de Exupéry é um livro extremamente sério. Não é literatura escapista. Não ajuda a dissipar o estress enquanto as férias não chegam. Ler as aventuras do principezinho pelo universo agora, seria abrir a porta da alma quando ela ainda precisa ficar fechada.

Exupéry mostrou bem que não é necessário muitas páginas para se dizer o essencial, que segundo ele é invisível aos olhos. Que seja mesmo, e que ele reapareça no encontro com o EU durante as férias...