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domingo, junho 15, 2003

A Vez da Fênix...

Engraçado, alguns dos meus colegas do Rabisco acharam X Men – O Filme (primeira obra da série) fraquinho. Eu gostei tanto que assisti dez vezes. Porém, entendi a adjetivação deles quando assisti X Men 2 – ou simplesmente X2. Saí do cinema extasiada - embora com um pouquinho de dor de consciência, que depois eu explico o motivo - cutucando meus amigos e pedindo aos céus que o terceiro filme não demore muito a chegar.



É claro que tem gente que fulmina este tipo de filme pelo pouco (ou nenhum) conteúdo intelectual que apresenta. Porém, eu sou da teoria de que para ver certos filmes é preciso entrar no universo deles. É preciso entender que eles não se propõem a nada mais do que realmente são: filmes de ficção científica. Ficção. Eu mesma tinha uma birra horrenda com 007, e defendia Star Wars dizendo que ele não se propunha a ser real, ao contrário de James Bond. Mesmo com Marcelo dizendo o tempo todo que não era bem assim, que eu deveria usar o mesmo raciocínio para 007, eu batia o pé dizendo que era diferente. Só que eu descobri que não era, e mesmo não nutrindo por Bond e Cia a mesma paixão que eu tenho pela saga dos Jedi, pelos discípulos de Xavier e pelo garoto das teias de aranha, até passei a ver as aventuras do agente inglês com outros olhos de uns tempos pra cá.



Mas o que eu ia dizer é que, apesar de X Men 2 não ser fonte de um pouco de conhecimento a mais, para quem gosta deste tipo de aventura, como eu, ele é um prato cheio de emoção e boas atuações. O primeiro número da série trouxe uma certa inclinação pelas histórias de Wolwerine (Hugh Jackman) e Vampira (Ana Paquin). O segundo concretiza a participação de Bobby/Homem Gelo (Shawn Ashmore) e Pyro (Aaron Stanford), apresenta Noturno (Alan Cumming) e Lady Letal (Kelly Hu) e mostra indicações de que Jubileu (Kea Wong), Colossus (Daniel Cudmore) e Lince Negra (Katie Stuart) deverão estar mais atuantes nos próximos episódios.


Noturno

Mas o que me entusiasmou neste episódio foi, além do esclarecimento do passado de Wolwerine, a atenção dada a Jean Grey (Famke Janssen). Embora vejamos outros personagens em evidência, como Tempestade (interpretada pela Bond Girl Halle Berry) o filme é direcionado para Grey de uma forma especial. Todo o drama que ela enfrenta no filme - entender as mudanças que se concretizam em seu corpo, reconhecer quem de fato é o dono do seu coração (Ciclope ou Wolwerine?) aceitar as transcendências e limitações do seu tipo de mutação, gerenciar um grupo separado em um ataque, conseguir libertar seu amor de um domínio que vai além de suas forças sem matá-lo e no fim de tudo escolher entre a própria vida e a daqueles que ama – é realmente tocante.


Jean Grey e Tempestade

O fim do filme me deixou com falta de ar. Eu não sabia que eles trariam à tona, tão cedo, a condição fênix dela, e isso me deixou ansiosa para ver o terceiro episódio o mais rápido possível. Interessante que tudo no filme é tão bem articulado, que embora o final seja plenamente justificável, a gente não consegue imaginar que é aquilo que vai acontecer. O sacrifício dela é a redenção de uma equipe que está constantemente sendo afetada por traições, como é o caso de Pyro - que une-se a Magneto (Ian MacKellen) - e Jason 143 – O Ilusionista (Michael Reid MacKay), que acaba sendo usado pelo próprio pai, William Striker (Brian Cox), como arma de destruição de quem ele considera inimigo. X Men 2 não é comida para o cérebro, mas traz intrínseco em si algumas características fundamentais de quem quer algo melhor para o mundo: ser solidário, aprender a trabalhar em equipe e pensar na coletividade.