Mais uma vez...
Mais uma vez, durante esse tempo de ausência, eu recebi recadinhos do pessoal perguntando porque eu nunca mais havia postado nada. Gente, durante vinte dias eu tinha computador mas meu modem não estava pegando. Quando a Internet voltou, o pc quebrou. Esta semana, depois de muito sufoco, correria, pedidos aqui e ali, o drama parece ter terminado – espero.
Nos créditos deste filme os agradecimentos vão para Mateus, Paulo, Paulo Maurício, Guilherme e Carlos, que me ajudaram em demasia nesses dias de sufoco, me ensinando muitas coisas e atendendo aos meus chamados. Também é preciso agradecer a paciência dos meus amigos, que ainda acreditam que nesse espaço, apesar dos meus constantes sumiços. Não é de propósito. Eu amo conversar com vocês através desse blog, mas desde que o homem começou a depender da máquina que as coisas passaram a exigir mais paciência. Afinal, agora precisamos desse meio físico aqui para postar, não?
Nesse meio tempo, eu andei cumprindo minhas obrigações com o Rabisco, Poppy Corn e com o Coquetel Molotov. Pois é, agora estou dando uma força para o pessoal caçando algumas boas entrevistas para fazer. No mês passado foi com a Profiterólis, que eu já falei aqui uma vez. A próxima será com uma das bandas mais fofinhas que eu já escutei nos últimos tempos aqui em Recife: Radio de Outono. (O Outono é uma estação tão linda, não?)
Eu já conheço o pessoal de longas datas, mas não tinha ouvido o trabalho deles ainda. Ganhei um single semana passada, escutei e pensei “Deus, isso é tudo o que eu queria ouvir nas férias”. A capa do disco tem duas árvores, uma rede e um bichinho dentro pensando em algo. Nossa, férias, que maravilha! As músicas lembram exatamente a capa do disco. Foi uma integração completa entre conceito e realização. Adorei!
Eu adoro pessoas que fazem música porque gostam e não apenas porque querem ter este ou aquele status ou para tomar o lugar deste ou daquele outro grupo. É muito bom ver gente fazendo música por prazer, mesmo que seja no quintal de casa, para os amigos. Pois, a gente vive em um mundo tão cheio de pressões, onde você tem modelos pré-estabelecidos, clássicos, e as pessoas esperam que você desenvolva trabalhos tão geniais quanto os deles.
Se você quer escrever, todo mundo espera que você seja Machado de Assis. Se busca a música, todos querem que você seja Vinícius de Morais ou Tom Jobim. Se vai fazer cinema, tem que ser tão bom quando Allen, Godard ou Glauber Rocha. O que acontece é que com esse tipo de comparação, as pessoas não produzem porque se sentem tolhidas, com medo de fracassar. As maiores inimigas da arte são a pressão e a comparação. É tenebroso produzir assim.
Por isso eu admiro demais aqueles que não se deixam levar e produzem o que gostam e quando gostam. É claro que eu admiro ainda mais aqueles que procuram ir além do que já está acessível hoje e estudam para desenvolver sua arte, agregar novos elementos, trazer novas composições. Eu falo em composições, porque não tenho certeza se algo ainda pode ser criado, mas acredito que as releituras, as reconstruções de tudo o que está presente no mundo podem revelar grandes surpresas.